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quinze

05/05/2010

todo dia 5 de maio a holanda comemora a sua libertação na segunda guerra mundial, e todo 4 de maio o se homenageia  aqueles que tiveram suas vidas interrompidas por causa de conflitos bélicos. ontem eu fui ao centro de amsterdam para participar da homenagem, e exatamente as 20 horas as pessoas começaram a fazer dois minutos de silêncio.

foi então que algum sujeito começou a gritar em algum lugar ali perto, e logo em seguida uma voz feminina começou a berrar como se estivesse sendo atacada ou em perigo. de repente, um barulho – que na hora eu pensei ser de um tiro – ecoou por toda a dam square, e foi então que começou a correria. na hora eu nem percebi, mas vendo o vídeo mais tarde percebi que o pânico se espalhou de maneira ondulatória. é muito claro que existiu um epicentro de pânico que depois foi se espalhando pela multidão de uma maneira consecutiva. assim, acho que é possível concluir que uma pessoa entrou em pânico apenas após ver que uma outra pessoa estava apavorada. se no começo de tudo, ninguém tivesse se mechido, não haveria contágio algum.

esse maneira ondulatória pela qual o pânico ou o medo se prolifera é muito comum também em diversas situações econômicas e financeiras. os únicos pré-requisitos teóricos para que tal efeito ocorra é que as pessoas tenham um mesmo objetivo e que tais indivíduos estejam de alguma forma conectados. no caso do vídeo em amsterdam, o objetivo comum entre as pessoas ali presentes era voltar pra casa sãs e salvas. já a conexão entre elas era um simples contato físico e visual.

podemos levar essa idéia para situações econômicas, onde o objetivo comum das pessoas é conseguir o maior nível de bem-estar possível e onde elas estão conectadas pelos diversos canais de informação existentes em uma economia de mercado.  muitas crises bancárias se aprofundaram por tal contágio; ou quando um cliente preocupado acaba por preocupar outro (levando a falência de um único banco), ou quando um banco que entre em falência acaba por gerar um pânico generalizado com relação a outras instituições (causando uma crise sistêmica).

para finalizar, um vídeo feito por alguém que estava no meio da multidão de amsterdam:

sob o meu ponto de vista nada especialista, eu acho que o principal motivo psicológico por trás detais acontecimentos é a confiança que as pessoas geralmente depositam no comportamento coletivo, especialmente quando elas não têm muito conhecimento sobre o fenômeno causador.